20 de jan. de 2012 Futebol, Rock, Consciência e Rebeldia

Sem títulos, dinheiro e craques, o St Pauli é um time alemão conhecido pelo comportamento apaixonado dos seus torcedores. Na Europa, é considerado um clube diferente, libertário e revolucionário. Para se ter ideia, colocou no estatuto ser um time antinazista, antirracista e anti-homofóbico. O St Pauli está na segunda divisão e mesmo assim continua crescendo. Além de ser um dos preferidos da cena alternativa, ele já conta com mais de 500 fãs clubes espalhados pelo mundo e mais de 11 milhões de torcedores só no país de origem.
- Este é um clube efetivamente dos torcedores, e não de alguém com dinheiro. O St Pauli é um time dos 15 mil torcedores que são sócios do clube - disse o vice-presidente George Bernd.
St Pauli é um bairro operário de Hamburgo, a segunda maior cidade alemã. No começo do século 20, os trabalhadores do porto se encontravam para jogar futebol, que era visto como uma doença inglesa. Em 1910 foi fundado o St Pauli Futebol Clube, mas hoje prefere não cultuar essa data de fundação oficial. Desde o nascimento, o clube mudou de personalidade e ganhou até um estádio moderno.

O símbolo do clube é a igreja de São Paulo, mas os torcedores quiseram criar uma marca de rebeldia. Para isso, nada melhor do que a caveira, que não demorou muito para tomar conta do país. A rebeldia pirata começou  nos anos 80, depois que o clube passou por uma grave crise financeira e foi ameaçado de fechar. Operários, artistas e a população do bairro - vizinho de uma área boêmia, repleta de roqueiros e pessoas com estilo de vida alternativo - se uniram para salvar a equipe e começaram a  participar de campanhas para arrecadar fundos. Até um amistoso contra o Bayern de Munique serviu para juntar dinheiro. O empenho funcionou e a partir dali, as pessoas do bairro também passaram a ser donas do clube.

Neonazismo e o jogo

Na década de 90, um movimento preocupante crescia na Alemanha: o neonazismo. Os adeptos da filosofia de Adolf Hitler foram expulsos da torcida do St Pauli, e o clube foi além. Colocou no estatuto ser um time antinazista, antirracista e anti-homofóbico. Levantando todas essas bandeiras, o St Pauli logo se tornou uma referência cultural na Europa.

É comum ver bandas de rock exibindo o símbolo alternativo do clube, a caveira. O St Pauli se tornou um clube cult. O "Esporte Espetacular"  foi acompanhar um jogo do clube, contra o Dusseldorf. Ao entrar em campo ao som de "Hells Bells", da banda australiana  AC/DC, os vinte mil torcedores empunhavam bandeiras que vão desde o antirracismo até Che Guevara. Depois do jogo, mesmo com a derrota por 3 a 1, a torcida não para de apoiar o time. Afinal, eles são os "Piratas da Liga".

Fonte: www.globoesporte.com


Comentário do Blog: Há um movimento crescente na Europa intitulado "Against Modern Football", que já tem simpatizantes no Brasil, com o título de "Ódio eterno ao futebol moderno". Esse pessoal acredita que o marketing, a transformação de jogadores em celebridades, as arenas que parecem teatros e a falta de amor a camisa, vão matar a essência do futebol. Trataremos disso em outros posts.

A entrada em campo ao som de AC/DC.
  Le Fly - We love Saint Pauli
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